quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Perder alguém é meio como "comer sem fome". Sem sal, sem açúcar. Sem gosto, sem graça. Não há coca cola que devolva o apetite. E não adianta, mãe, tentar me obrigar -.- A ordem se inverte, predominando a direção "de dentro pra fora". Não adianta engolir, guardar pra si, fingir que não existe. Chore! Não resolve, não traz de volta, mas alivia.
O coração não tem tino para entender e a razão.. ah! essa perde o juízo. 
A morte é totalmente fora de contexto. Eu sei, há justificativas plausíveis, mas fazem tão mais sentido quando quem se vai é aquele vizinho velhinho que sofria há anos em cima de uma cama. 
Quando a morte chega, não tem a menor piedade. Não espera terminar o jantar ou as roupas secarem ou acabar a novela das oito. Leva com ela tantas coisas mais, além de uma alma. Leva os sentidos de quem fica. Leva os ponteiros do relógio, que fazem o tempo parar.
São 3 meses e quatro dias. E parece que foi ontem... ainda consigo sentir sua mão quente, seu sorriso forçado tentando disfarçar a dor. Consigo sentir a dor, embora jamais tenha a sentido. 
Mas, ainda assim, acredito no mecanismo do universo, e apenas rezo em silêncio, porque desejo intensamente que o céu tenha um lugar especial reservado para quem é especial por natureza.
Que Deus o tenha e guarde. A saudade ainda é grande, "Parada"! E receio que não diminua.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

O ser humano é tão frágil que não é capaz de considerar a possibilidade de perder algo que nem sequer é seu, simplesmente por acreditar que um dia poderia ser. É o fruto de um mundo recheado de egoísmo, de egocentrismo, de mesquinhez. É arriscado demais assumir que não foi forte, bom e/ou diferente o suficiente para se destacar entre tantos ícones. É arriscado porque destaca fraquezas, pontos fracos e verdades! Sim, verdades. Verdades maquiadas, escondidas, fantasiadas.
Perder é tão doloroso que por vezes é preciso criar histórias para não encarar a realidade. O apego a coisas sobrenaturais, divinas, intangíveis, invisíveis, são uma fuga rápida e que não deixa vestígios. Quando se quer fugir, nem sempre precisa sair do lugar.
E é importante lembrar que nem sempre uma perda representa uma subtração, pois que perder pode ser um grande passo pra vitória. Isto porque nem tudo que vai merecia ficar.
Assim é que se tece a vida, entre idas e vindas, muitas vezes incompreendidas, mas geralmente necessárias.