sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Um dia, quem sabe!

Todos, a uma só voz, enchem o peito de orgulho e cantam:

"Bate o sino pequenino, sino de Belém.."

Dando espaço ao exagero, permito-me afirmar que Natal é a data comemorativa mais triste do ano.

Virou tradição reunir toda a minha família numa só casa, dar risada e trocar presentes, enquanto aguarda-se o banquete que será servido à meia-noite em ponto. Em ponto, porque, neste horário, já encontram-se todos FAMINTOS e não dá pra ser hipócrita.

Devo admitir que anseio durante 364 dias a chegada do Natal, é bom partilhar bons momentos com quem a gente gosta. No entanto, não há data mais reflexiva. As pessoas lembram das festas, esquecem do verdadeiro sentido.

Como se fosse pouco, ouço pelas ruas "NATAL SEM FOME!". Que maquiagem! Só é importante não ter fome no Natal? Ou teríamos que fazer de todos os dias do ano um Natal novo?

Queria poder dar àquelas crianças que me vêem passar toda arrumadinha pra festa, de barriga cheia, feliz da vida com meu presente.. queria poder dar-lhes, TODOS OS DIAS, o prazer de viver pelo menos por um momento a felicidade que transborda em mim, com todas as oportunidades que me são dadas.

Um dia, quem sabe...

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Capítulo 20: Recaída.

Fazendo jus ao título do blog, venho aqui apenas para constar!
Gostaria de falar sobre arrependimentos, porém, sinto-me incapaz.
Não consigo me recordar uma única vez em que eu realmente tenha me arrependido pro resto da vida.
Depois de uma noite tão perfeita; inesperada, é verdade, mas proveitosa, ouço a pergunta "tá arrependida?". Poderia eu estar?
Creio que é melhor arrepender-se do que fez do que do que desejou fazer, mas não teve coragem. Vontade é algo que surge do nada e pode sumir do mesmo modo. Pode ser controlada, e isso fica a nosso critério.
A minha vida se faz a partir de decisões que eu mesma tomo. Impensadas ou não, sou eu quem dou as respostas finais na minha história. Não, eu não me arrependi.
Falar em história... lá se foi mais um capítulo vivido, esperando ser escrito.
Gostaria de saber AGORA qual o final desse livro.. mas não nasci de 7 meses.
O tempo é meu amigo, eu sei disso.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Dona Saudade.

Amanheci e a saudade já ocupava todo o meu coração; não há espaço pra mais nada aqui dentro hoje.
Luto contra minha necessidade de levantar, e perco.
Percorro a casa e o vazio me persegue.
Sinto-me oca, porém, nada mais me cabe. O espaço desabitado é preenchido por algo indefinível.
Hoje eu preciso de mais, e o muito até me parece pouco. Nada me é suficiente e o mundo seria pequeno se me fosse oferecido sem o que me faz falta.
Toca o telefone e me vem a esperança abrindo caminho. Sem expectativas.
Dói por dentro e, fosse Macabéa, sofreria overdose de aspirina.
Esperança, dor, frustração, angústia, conformismo...
Chega a noite e eu já não sou mais apenas saudade. Abriu vaga no peito e já posso respirar.
Cedo ou tarde, tudo passa...

Abriu vaga.. quer preencher?! ;]

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Menina tão comum.



Difícil descrever.
Menina pequena, talvez grande menina. Bem diferente, embora tão igual. Criança ativa, cheia de dentes. Mulher formada, mergulhada na seriedade devida.
Festa, pode ser à noite ou à tarde, depende de quem vai comparecer. Água bem gelada; chocolate, de preferência, preto; pipoca com sal e até sazon; sanduíche sem salada. Loucura por amendoim; japonês, torrado, cozido. Castanha do pará.
Fascínio pela lua; reflexões, desejos, planos. O mistério do mar, a beleza do sol se pondo. A brisa que balança os cabelos, que toca suavemente o rosto.
Valor incalculável de um abraço apertado; um silêncio que grita; o colorido da vida.
Esportes, aventuras, inovações. Gente nova. Os melhores e mais velhos. Bons amigos. Contatos necessários.
Não sabe sorrir sem vontade e prefere calar a forçar amizade. Adora andar descalça, dormir no escuro, jogar conversa fora. Sonha um dia tocar violão, mas sabe que não leva o menor jeito. Sente pena do menino no semáforo, e medo também. Admira o infindável oceano e se joga na piscina.
Reconhece o valor das coisas e pessoas, ainda que não goste delas; justiça! Geralmente decidida, a confusão se firma por pensar demais nos outros. Não chora por pouco, mas ri por nada. Reserva, recato, discrição.
Equilíbrio sempre em meta, longe da perfeição. Troca qualquer salto por havaianas, detesta ser analisada dos pés à cabeça, sem egocentrismo.
Fala o que pensa; pensa o que não fala.
Guarda todas as cartas que recebe e fica feliz com o mínimo. O máximo, às vezes, é demais, e tudo em excesso faz mal.
Se grudar demais sufoca, se largar demais perde. Realista, repugna vida nas nuvens. Acredita, desconfia, sente. Ganhar é bom, dar presente é melhor.
É colo que acolhe, mente que entende.
Provas; fatos; sem argumentos. Sabe falar alto e fazer cara de brava. Isso não incomoda. Assusta a voz calma, sem alteração.
Sim, não, agora, depois, claro, escuro, preto, branco, perto, longe. Imprevisível. Intermédio. Solução.
Irremediável.
Uma verdadeira caixinha de surpresas...

Você vai gostar em algum momento ;)