segunda-feira, 25 de agosto de 2008

"Cada um no seu quadrado"

Uma se destaca por ser mais escura que as outras três, porém, poucos são os que observam esta diferença. Mero detalhe.
Cada uma possui suas peculiaridades. Há quem diga que são obstáculos a serem vencidos; eu digo que são "espinhos" da rosa.
Elas me mostram caminhos diversos, já que cada uma delas possui um ângulo diferente de visão.
Aquela que está sempre à minha frente quando me deito, me traz sempre boas lembranças, registradas em fotografias.
A que está atrás de mim é o apoio. Ela me segura, me mantendo suspensa no ar, numa altura que me permite o sonho de voar sem medo de cair.
As outras duas estão sempre ao meu lado, uma bem séria e a outra super descontraída.
Elas são meu refúgio e meu maior pesadelo. São minha rotina mais certa. Converso com as paredes do meu quarto quando é você que eu quero e não posso ter.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Um sufoco sem espera.

O corredor era um martírio e o fim dele me parecia cada vez mais distante.
Eu queria entrar primeiro, já que apenas um, por vez, poderia se fazer presente ao lado dele.
Peguei o adesivo e me pus a andar.
Atordoada, ansiava pelo meu destino final.
Não havia espaço para mais ninguém ali. Como pode? E se eu precisasse de ajuda? Iriam me atender ali mesmo, em pé, por entre tantos enfermos?
Sem prestar muita atenção nos problemas ao meu redor, com o pensamento já adiante, buscava chegar o mais rápido naquele nome "EMERGÊNCIA", que parecia me atrair e se afastar a cada passo meu.
Bati a mão na porta e ela balançou nas minhas costas.
Virei a cabeça diversas vezes de um lado para o outro sem me ater a muitos detalhes.
Procurei, desesperadamente, um rosto conhecido. Aquele rosto.
Deitado, quase sem movimentos, percebi que não pôde me ver.
Segurei sua mão, emiti algumas palavras e, de repente, onde teria esquecido minha força?!
Refiz o caminho que trilhei para chegar ali, procurando, com uma nuvem nos olhos, a mesma coragem que tinha me levado àquela aflição interminável.
Não encontrei.
Com as energias esgotadas, não fui capaz de evitar a particular chuva do meu rosto.



Algumas pessoas me consideram intransigente, e meu pai consegue encarar isso como um elogio.


É bem verdade que há inúmeras coisas nesse mundo das quais discordo e confronto, mas tenho plena consciência de que muitas delas serão sempre um infortúnio no meu caminho.


Ao me deparar com situações em que me vejo com as mãos e os pés atados, costumo pensar num plano B. Geralmente procuro afastar de mim o que não me traz felicidade, pessoas com fluidos negativos. Chego a denominar tal atitude como EGOÍSMO. No entanto, ao pesar as consequências, descubro que nada mais é que AMOR PRÓPRIO.


Não dá pra passar a vida toda pensando tanto nos outros a ponto de esquecer de nós mesmos. Chega um determinado momento em que, para pensar nos outros, devemos focar nosso próprio nariz. Não se trata de egocentrismo; é apenas o limite de uma vida sem espelho. É necessário recuperar forças para continuar, olhar para si mesmo e perceber o que há de errado, ser exemplo de humildade.


Quando estamos no topo e caímos, é difícil conseguir ânimo para reerguer-se. Essa cena não é a retratação de uma DERROTA; é a chance de amadurecer, de mostrar a si mesmo que pode ir mais longe do que um dia imaginou chegar com muito esforço e sem maiores perspectivas. Há sempre mais...






"Há mais coisas entre o céu e a terra, Horacio, do que sonha nossa vã filosofia."