sábado, 12 de março de 2011

Quando o rio resolve desaguar, ele afoga. Encobre todo o corpo, faz arder os olhos, inundados. E, não adianta, ou se resiste à falta de ar ou tenta engolir todo o sal. Ai, maldita hipertensão!
No contornar da vida, às vezes a gente sobra. Beira o precipício, sente aquele vento soprar na cara, o coração já lá embaixo, gritando alto e desesperado.
É inadmissível a velocidade que a vida quer manter, quem controla isso aqui, afinal?

e, como sempre, passa.

Agora não da mesmo pra ser feliz, é impossível. Mas quem disse que a gente precisa ser sempre feliz ? Isso é bobagem. Como Vinícius cantou ´é melhor viver do que ser feliz´. Porque, pra viver de verdade, a gente tem que quebrar a cara. Tem que tentar e não conseguir. Achar que vai dar e ver que não deu. Querer muito e não alcançar. Ter e perder. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e dizer uma coisa terrível, mas que tem que ser dita. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e ouvir uma coisa terrível, que tem que ser ouvida. A vida é incontornável. A gente perde, leva porrada, é passado pra trás, cai. Dói, ai, doi demaais. Mas passa. Está vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto agulha? Você ainda vai olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela. Juro que estou falando a verdade. Eu não minto. Vai passar.